O Deputado Federal (MDB) e candidato a prefeitura de Praia Grande – SP, Alberto Mourão, deixou muitos observadores perplexos com sua mais recente declaração de bens. Em 2022, quando se candidatou a deputado federal, Mourão declarou um patrimônio de impressionantes R$ 23,2 milhões, consolidando sua posição como um dos políticos mais ricos do litoral paulista, conforme dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Dois anos depois, em 2024, ao se lançar novamente como candidato à prefeitura de Praia Grande, Mourão reporta um patrimônio de R$ 13,1 milhões — uma queda abrupta de mais de R$ 10 milhões. Como explicar essa redução drástica em um período tão curto?

A discrepância entre essas duas declarações gera uma série de perguntas que, até agora, permanecem sem respostas claras. Teria Mourão realmente empobrecido de maneira tão significativa? É difícil imaginar que um político e empresário experiente como ele, com anos de atuação tanto na administração pública quanto na iniciativa privada, tenha enfrentado perdas tão vultosas em tão pouco tempo.
Seria esse um caso de má gestão financeira pessoal? Ou a redução reflete uma estratégia deliberada de reavaliação de seus ativos, possivelmente para minimizar a percepção pública de riqueza excessiva em um momento de crise econômica? É possível que Mourão tenha reavaliado seus bens a valores de mercado mais conservadores, ou até mesmo transferido parte de seu patrimônio para terceiros ou para investimentos de menor visibilidade?
Além dessas especulações, surge a questão da transparência. Mourão, ao longo de sua carreira, construiu uma imagem de gestor competente e politicamente sagaz. Contudo, a súbita mudança em sua declaração patrimonial pode gerar desconfiança entre os eleitores. A transparência é um valor crucial na política, e variações tão expressivas nos números declarados naturalmente levantam suspeitas. O que Mourão, que sempre defendeu a importância de uma gestão clara e responsável, tem a dizer sobre essa queda em seus bens?
E ainda mais intrigante: como isso impactará a confiança dos eleitores em sua capacidade de governar a cidade? Se a redução de seu patrimônio é fruto de dificuldades financeiras reais, isso poderia indicar problemas em sua habilidade de administrar recursos, tanto pessoais quanto públicos. Por outro lado, se essa mudança é uma estratégia calculada, que tipo de mensagem ele está enviando sobre sua relação com a riqueza e o poder?
É essencial que Mourão esclareça esses pontos para a população de Praia Grande. Os eleitores têm o direito de entender o que está por trás dessa significativa diferença entre as declarações de 2022 e 2024. Em um momento em que a confiança nas instituições políticas está fragilizada, a clareza e a honestidade se tornam ainda mais vitais.
Em última análise, a pergunta que fica no ar é: Alberto Mourão realmente empobreceu ou estamos diante de uma complexa estratégia política? Independentemente da resposta, o episódio reforça a necessidade de um olhar mais atento e crítico sobre as finanças daqueles que aspiram a cargos públicos. Afinal, a forma como um político lida com seu próprio patrimônio pode ser indicativa de como ele administrará os recursos de toda uma cidade.